terça-feira, 31 de março de 2009

(lembrei da redoma e assim lhe escrevi)

na porta do restaurante há um grande banco de cimento. Eu chego e sento. O sol dá seus últimos suspiros e começa a sair de cena dando lugar a um vento frio, gelado.O banco? gelado. eu deito em posição fetal e deixo meu corpo abraçar a, já, noite fria. Pessoas passam. Oi, o que vc está fazendo aí? Eu? esperando... ah tá. deixa eu ir, tchau. (fique!) e vai-se. quanto mais pessoas passam mais frio eu sinto. abro os olhos. me sinto exposto me sinto exposto na penumbra. pego minhas coisas. paro de escrever e busco refúgio.

em meu esconderijo público olho tudo ao meu redor e não vejo nada que me fixa a atenção. não, peraí. um cego passa. já o vi várias vezes. se minha vista me deixasse o que eu me tornaria? Se eu perdesse as mãos, pernas e até mesmo a cabeça eu sei o que me tornaria.Mas, sem a visão eu não consigo imaginar.

Deus, se um dia eu dar-lhe motivos pra nunca mais ver os que me rodeiam, pra nunca mais ver o meu amor, pode me matar. Porque se não for pra continuar respirando sem de longe te fitar, ou até mesmo de perto, ver sua beleza própria, ver seu sorriso espontâneo, o seu jeito que me cativa de um jeito nunca sentido então não, não quero viver. Prefiro sim morrer pois morto sei que continuaria a te ver e ainda por cima poderia estar 24 horas por dia do seu lado. até mesmo quando estiveres dormindo eu estarei contigo... desejando que sonhes comigo, é claro.

hoje meu amor você me mandou um beijo, mesmo que tenha dito sem pensar, como se diz oi pra qualquer um.
de qualquer forma me valeu um instante;
no instante que me perco, no instante que fujo e escrevo pra não pensar em ti

26/03. 18h43m

[QUERO UMA CASA NO CAMPO]